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Tive dificuldade para marcar a entrevista, após vários adiamentos finalmente consegui um horário no dia 10 de agosto, no fim da tarde. O clima estava agradável e eu estava ansioso para conversar com figura tão controversa.

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Cheguei pontualmente às 17 horas e me atendeu uma senhora de cabelos grisalhos, olhos negros, vestida com uma bata simples com estampa de flores e calçada com uma rasteirinha. Quem olhasse para ela nem desconfiaria dos sentimentos de amor e ódio que aquela senhora de 85 anos já tinha despertado.

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Sentei um pouco desconfortável na cadeira de vime, tomando um café frio. Enquanto ela ficou em uma rede atada no meio da sala.

– Obrigado por me atender, sei que a senhora é ocupada, mas acho que os nossos leitores merecem ouvir, ou melhor, ler um pouco sobre alguém com tanta importância.

– Obrigada, meu filho. Mas depois de tantos anos, não sei se tenho alguma novidade para lhe contar.

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– Não se engane, o interesse pela senhora ainda é forte nos dias hoje. Mas gostaria de iniciar a nossa entrevista com uma pergunta que talvez lhe incomode, mas foi a mais frequente dentre os leitores e mesmo sabendo que esta pergunta já foi respondida algumas vezes acho importante fazê-la.

– Não se preocupe, pode perguntar o que quiser.

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– A senhora ainda se considera necessária no Brasil?

– Sim, apesar de estar ciente do quanto sou criticada, pode escrever aí que eu já recebi até ameaça de morte, mas considero que sou importante pelo menos por dois motivos. Primeiro, porque os trabalhos de maior risco não deixarão de ocorrer, mesmo após a minha morte. Segundo, moramos em um país com poucos recursos e não acredito que seja uma solução reduzir a jornada de trabalho em uma sociedade que não tem como suprir as necessidades básicas da população.

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– Desculpe a minha insistência, mas não há outras iguais a você em outros países. A senhora é a única alternativa?

– Alternativas sempre existirão, só não sei se são melhores, mas em relação a não ter outras em outros países, eu discordo. Não há com o meu nome, mas em países como EUA, França, Itália, Espanha e mesmo na ONU há uma previsão de pagamento diferenciado para os trabalhadores expostos a riscos. Ou seja, o problema de serviços insalubres existe em todo o mundo e em muitos deles a negociação é aberta. Aqui fui criada para ter um valor pré-definido. Lógico que isso traz vantagens e desvantagens, mas dizer que sou exclusiva do Brasil não é correto.

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Arrumou uma mecha de cabelo branco que caiu sobre os seus olhos ao mesmo tempo em que notei que ela ficou incomodada com a pergunta, mas não teria outra oportunidade e mesmo podendo passar a imagem de rude voltei a carga.

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– A senhora não citou nenhuma alternativa, mas gostaria de saber sua opinião sobre a possibilidade do pagamento ser restrito para os casos em que ocorra a comprovação de inviabilidade técnica de medidas seguras e apenas nesse caso a empresa usaria do seu mecanismo. O que acha dessa proposta?

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– Rapaz, acho que posso lhe fazer uma pergunta também: Hoje há obrigatoriedade da mesma comprovação de inviabilidade técnica como pré-requisito para que as empresas possam usar EPIs. Você conhece alguma empresa que apresente esse documento, ou seja, essa alternativa? Na minha opinião é pura ilusão.

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– Mas a senhora não tem uma solução?

– Você quer que eu apresente uma solução para me eliminarem? (e deu uma risada seguida de uma tosse seca). Sou católica e não sou a favor do suicídio. Além disso, o problema não sou eu. As empresas, mesmo pagando o adicional, ainda são obrigadas a investirem no ambiente de trabalho e quando não investem há toda uma consequência financeira que em geral não é contabilizada pelos profissionais de Segurança do Trabalho, pelo menos pela maioria.

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Entendi a lógica e vi que ela não tinha chegado nessa idade e com a importância que ainda tem sendo uma vozinha ingênua. De repente ela interrompeu meus pensamentos falando:

– Menino, acho que você já tem material para os seus leitores, vou assistir a minha novela.

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– Mas havíamos acertado uma hora de entrevista.

– Pois estou desacertando.

– Ok, então só queria fazer uma última pergunta. O que a senhora está achando dessas mudanças na NR1?

– Nem fale daquela sirigaita. Ela ligou um dia desses só para falar das plásticas, disse que apesar dos 43 anos, agora está com carinha de 25.

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Infelizmente não consegui continuar a conversa com a Sra. Insalubridade, mas espero ter outra oportunidade, ainda não estou convencido que tenhamos de ser escravos das suas vontades.

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Fonte: https://protecao.com.br/blogs/segurito-na-protecao/entrevista-com-uma-sra-perigosa/