fbpx

Setembro Amarelo

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Tem como objetivo alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo, apresentando suas formas de prevenção. Ocorre, desde 2014 no Brasil, no mês de setembro, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela para chamar atenção ao tema e ampla divulgação de informações. Mundialmente, o IASP (Associação Internacional para Prevenção do Suicídio) estimula a divulgação da causa, vinculado ao dia 10, no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.
Mas não é só no Brasil, o movimento acontece durante todo o mês de setembro no mundo todo. É claro que há uma atenção especial no dia 10 de setembro, mas a campanha se estende a todo o mês para lembrarmos constantemente de espalhar informações sobre isso. Esse ano, o tema internacional é “connect, comunicate and care”, que podemos traduzir como “conecte-se, comunique-se e importe-se”, três palavras que são o coração da prevenção ao suicídio. No Brasil o slogan de 2016 é “falar é a melhor solução”. Se você tem dúvidas quanto a isso, é só recorrermos a fatos históricos de nosso próprio país:
Há não muito tempo atrás, cerca de duas ou três décadas no nosso passado, o câncer, a AIDS e muitas outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) eram rodeadas de tabus e os números de vítimas aumentavam cada vez mais. Foi necessário esforço coletivo para quebrar esses tabus, falando insistentemente sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para que o cenário pudesse ser revertido, e foi!
Foi pensando nisso que o movimento Setembro Amarelo foi iniciado. No Brasil, a iniciativa veio do CVV (Centro de Valorização da Vida)CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). Mas hoje já conta com muitas instituições participantes.
Por que fazer a campanha?
Motivos não faltam, mas podemos pontuar alguns deles.

  • Todo ano registram-se cerca de dez mil casos de suicídio no Brasil e mais de oitocentos mil no mundo.
  • No Brasil a cada dia pelo menos 32 pessoas cometem suicídio.
  • Esses números são superiores às mortes diárias por HIV/Aids e a maioria dos tipos de câncer.
  • A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio.
  • A cada 3 segundos uma pessoa tenta cometer suicídio.
  • O número de vidas perdidas para o suicídio já ultrapassa o número de mortes decorrentes de todos os homicídios e guerras combinados.
  • E os números só tendem a aumentar, estima-se que até 2020 a incidência de mortes por suicídio aumente em até 50%.
  • Além disso, estima-se que pelo menos 60 pessoas do ciclo social do suicida são intimamente afetadas pelo ato (incluindo família, colegas e amigos de classe/trabalho).
  • Com isso, cerca de 48 milhões de pessoas por ano são expostas a um sofrimento que chamamos de “luto ao suicídio” ou “sobreviventes de perda por suicídio”.
    • A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que em cada 10 casos de suicídio, 9 poderiam ter sido prevenidos.

    É isso mesmo, NOVE! Ou 90% dos casos, se preferir.
    Mas como ajudar se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada? Se ela não sabe que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? E ainda, como seremos capazes de ajudar um amigo ou parente se não nos ensinaram a identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com qual é a melhor forma de se fazer a abordagem?
    Pois é, parece que ninguém quer falar sobre isso, mesmo essa sendo uma das mais importantes causas de morte em todo o mundo. Conversar abertamente sobre o tema, ensinar a identificar sinais de risco e saber oferecer ajuda são as melhores formas de enfrentar o problema e prevenir o suicídio.

  • Durante muito tempo na nossa história questões religiosas, culturais e morais fizeram com que o suicídio fosse considerado pecado, o mais grave dos pecados inclusive. Hoje, ainda vivemos resquícios dessa ideia, isso cria uma reação de vergonha e medo de falar abertamente sobre o problema, que é hoje um problema de saúde pública. O tema é um tabu tão grande que praticamente não se fala sobre ele. Até algumas mídias evitam o tema, uma vez que a cobertura inadequada pode ser prejudicial para a população (e também afastar a audiência). As poucas vezes que isso é veiculado na mídia é de forma sensacionalista, que causa verdadeiro horror ao tema suicídio. E aí pronto, ninguém quer falar e ninguém quer ouvir. Mas, infelizmente, fingir que o problema não existe não vai fazer ele diminuir ou desaparecer, enquanto essa for a abordagem (ou falta dela) os suicídios vão continuar acontecendo. Lutar contra o tabu é muito importante para que se possa prevenir muitas mortes. Por isso reforço, é importante uma abordagem franca, séria e não sensacionalista sobre o tema.

Fonte: psiccologiaparacuriosos.com.br