Com a chegada do inverno, muita gente fica focado na prevenção de gripes, resfriados, problemas respiratórios e alergias. Mas várias pessoas ainda desconhecem o risco de doenças circulatórias que a estação também costuma trazer, a exemplo dos problemas cardíacos. Segundo informações do INC (Instituto Nacional de Cardiologia), o inverno costuma aumentar em 30% o risco de infarto. O médico do Serviço de Cardiologia do HFB (Hospital Federal de Bonsucesso), Artur Guimarães, destaca que baixas temperaturas contribuem com a vasoconstrição (contração dos vasos na superfície do corpo), o que pode provocar uma sobrecarga no sistema circulatório e motivar o aumento do risco de infarto no miocárdico.
O aumento de doenças respiratórias na época de frio também sobrecarrega o sistema cardiovascular e isso pode levar ao infarto. O especialista alerta que idosos ou portadores de doença na artéria coronária são os que estão mais propensos a sofrer infarto devido ao frio intenso. “Essa artéria é a responsável pela chegada do oxigênio e outros nutrientes ao miocárdio e com ela obstruída ou sem funcionar como deveria, o sistema circulatório para”, explica Guimarães. Para prevenir o infarto devido ao frio, o cardiologista recomenda tomar alguns cuidados, como se manter bem agasalhado; alimentação que dê preferência às receitas compatíveis com a estação, e não esquecer de observar o observar o controle de peso. Se for do grupo prioritário, é importante vacinar contra a gripe, que ajuda a manter uma saúde equilibrada.
1 – O que é e como acontece um infarto? O infarto agudo do miocárdio nada mais é do que a interrupção parcial ou total do fluxo de sangue através das artérias (vasos sanguíneos) que irrigam o músculo do coração (miocárdio). Em decorrência disso, acontece a diminuição da oferta de oxigênio, levando a dor no peito e necrose (morte) de parte deste músculo. Na maioria das vezes é causado por uma ruptura de uma placa de gordura (colesterol – placa aterosclerótica) causando o fechamento da luz do vaso.
2 – Por que ocorre o aumento do número de infartos no inverno e quais fatores influenciam? Em temperaturas mais frias, abaixo de 14°C, acredita-se que tenhamos um aumento do número de infarto agudo do miocárdio (entre 13 a 30%). Isso se deve a uma resposta do organismo a manutenção de nossa temperatura corporal, com consequente liberação de hormônios (da família da adrenalina), levando a diminuição do calibre dos vasos de sangue.
Em pacientes que já tenham doença das artérias (aterosclerose), essa alteração pode levar a uma redução importante do fluxo de sangue nestes locais. Outro ponto está relacionado a mudanças comportamentais nessa época do ano, tais como: redução da prática de atividade física regular, redução da ingestão de líquidos e aumento da ingestão de alimentos gordurosos. Para concluir, uma última teoria seria que os aumentos de infecções, principalmente as respiratórias como gripe, resfriado e pneumonia, levariam a uma inflamação dos vasos levando a uma ruptura de placa de colesterol e consequente coagulo, no interior dos mesmos.
3 – Existem grupos de risco que estão propensos ao infarto nessa época?
Esse aumento do número de casos de infarto agudo do miocárdio no inverno acontece, em particular, na população idosa (mais propensos a infecções respiratórias), e em pacientes já portadores de doença aterosclerótica (especialmente das artérias coronárias).
4 – Quais cuidados a população precisa ter para evitar um infarto?
Para tentar evitar o infarto, devemos, principalmente, iniciar hábitos saudáveis de vida como: alimentação balanceada, atividade física regular, procurar ter boa qualidade de sono, diminuir a carga de stress e manter um peso ideal. Deve-se evitar uma alimentação rica em frituras, gorduras e açúcar. Não fumar! A crendice popular que “não se deve ir ao médico para não se descobrir doença” deve ser desencorajada. Ir regularmente a um médico com o objetivo de descobrir e tratar doenças como diabetes e a hipertensão arterial é claramente benéfico, e reduz não só o Infarto como o derrame e outras doenças graves, como a dos rins – que podem levar a necessidade de diálise.
5 – Qual o papel da vacina contra gripe na prevenção de um infarto?
A vacina contra a gripe tem papel importante na redução de casos graves de gripe e também reduz a chance de pneumonia que pode acontecer após uma infecção por um vírus, devido à queda da imunidade. Dessa forma, com a vacinação, pode-se reduzir um mecanismo importante de inflamação que é causador de infarto agudo do miocárdio, conforme dito previamente.
6 – Quais são os sintomas de um início de infarto?
O infarto pode se manifestar de formas variadas. A população deve estar atenta a sinais como:
Forte dor no peito, especialmente se houver características de ser um aperto e associadas a algum tipo de esforço físico, e cansaço. Esta dor pode se estender para o braço (esquerdo, principalmente) ou mandíbula.
Suor frio, náuseas e vômitos costumam acompanhar o quadro. Nessas situações, procure um médico preventivamente. Nem sempre as mulheres e os diabéticos têm sintomas clássicos. Nestes, as dores podem ter pouca intensidade, com características diferentes.
7 – Ao identificar os sinais, qual deve ser o encaminhamento? E os cuidados após um início de infarto ou um infarto?
Sempre que houver suspeita de infarto o paciente deve ir imediatamente a um serviço de emergência para que seja avaliado. O diagnóstico e tratamento do infarto devem acontecer de forma rápida e dentro de uma Unidade de Saúde. O paciente sempre deve avisar ao atendente ou a pessoa responsável pela triagem da fila da emergência que está sentindo dor no peito ou falta de ar e solicitar que seja realizado um exame de eletrocardiograma nos primeiros 10 minutos de sua chegada ao hospital. Este exame será rapidamente entregue a um médico e o mesmo definirá a prioridade de atendimento no caso de confirmar a suspeita de Infarto. Dessa forma, o tratamento com remédios poderá ser iniciado de forma rápida, eficiente e segura.
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Fonte: https://vivabem.uol.com.br