Educar para a cidadania é uma das principais funções sociais da escola, e ter consciência disso implica em reconhecer quão ampla e complexa é sua tarefa. A Lei Federal nº 12.645 de 16 de maio de 2012 instituiu o 10 de outubro como o Dia Nacional da Segurança e Saúde nas Escola com o intuito de promover a aproximação entre a escola e o mundo da Saúde e Segurança no Trabalho (SST).
Tradicionalmente, as expressões segurança e saúde vêm sendo empregadas em conjunto para designar uma problemática associada ao mundo do trabalho, com pouca inserção na realidade escolar. Cada vez mais, no entanto, percebe-se que o desafio de promover a segurança e a saúde dos trabalhadores precisa ganhar novas dimensões e ser estendido a outros agentes. Neste sentido, cabe lembrar que a própria adoção do assunto nas escolas tem o potencial de contribuir para a melhoria das condições de trabalho de docentes e funcionário.
Segundo dados da rede municipal de ensino, São Paulo registra em média 6.345 ausências diárias de professores nas 3.661 unidades escolares. Com isso, o índice de absenteísmo docente é de cerca de 10% entre seus 62.860 educadores e reflete a sobrecarga a que são submetidos os professores. E certamente trazem consequências para a aprendizagem dos alunos. A rede municipal tem hoje cerca de 1 milhão de alunos, entre 6 meses e 15 anos.
Infelizmente, tal quadro não é exclusivo da rede pública de São Paulo. Problemas psiquiátricos, doenças graves e/ou decorrentes do exercício profissional e acidentes de trabalho são alguns dos diagnósticos médicos que tiram os professores da sala de aula.
Esses fatores combinados a grandes jornadas de trabalho e à falta de valorização social e salarial docentes aprofundam conflitos e potencializam os desgastes físicos e emocionais que, invariavelmente, acompanham a vida docente. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, as principais doenças que acometem os professores são transtornos mentais e comportamentais, enfermidades que poderiam ser minimizadas por políticas públicas transversais e multidisciplinares.
Alguns pontos importantes precisam avançar para que os professores tenham um cotidiano menos estressante em seus ambientes do trabalho, como o acompanhamento pedagógico do professor por mais profissionais de apoio e maior atenção à saúde docente. Para contribuir nessa ação, a Fundacentro desenvolveu uma cartilha que ajuda as escolas, educadores e profissionais envolvidos a incorporar a temática SST ao cotidiano escolar.
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Fonte: https://www.anamt.org.br