O que é o cansaço excessivo
O cansaço excessivo é comumente atribuído, com a correria do dia a dia, a noites mal dormidas, ao estresse, a até a situações de desânimo que geram um impacto profundo nas atividades sociais e na produtividade profissional, tornando-se hoje uma das principais queixas dos consultórios médicos.
Este cansaço pode chegar de mansinho, se instalando vagarosamente, uma sensação de fadiga, moleza e falta energia, até mesmo para executar as pequenas atividades cotidianas. Mas será que é isso normal?
Cansaço excessivo x cansaço normal
A severidade dessa sensação de cansaço e fadiga pode e deve ser avaliada por uma escala de sinais, pois uma noite mal-dormida, horas enfrentando o trânsito das grandes capitais ou ainda viver em eterno estado de tensão e estresse podem sugar sua energia.
No entanto, existem outros fatores que podem e devem ser considerados, como os desequilíbrios clínicos decorrentes de carências nutricionais, desequilíbrios hormonais, infecções e doenças autoimunes.
Vamos falar sobre os principais fatores que podem causar o cansaço excessivo:
Desequilíbrios hormonais
O declínio hormonal pode ocorrer em ambos os sexos, sendo um fator mais comum para as mulheres no período próximo ao climatério, e entre os 50 e 60 anos para o homem. O declínio hormonal é fisiológico e não uma doença, mas quando a queda é acentuada pode gerar sintomas desagradáveis, dentre eles a sensação de fadiga e o cansaço.
Uma das hipóteses estudadas associa a sensação de cansaço permanente a uma queda de atividade dos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina, indicando que o declínio hormonal pode ter ligação direta com a falta de energia e a sensação de fadiga.
Nesse caso, é indicada a reposição hormonal para reequilibrar o correto funcionamento do sistema nervoso central.
A baixa produção ou a falta de hormônios tireoidianos (da tireoide), por exemplo, pode agravar a sensação da falta de energia e causar sintomas de depressão. Portanto, é fundamental que o médico analise também tais hormônios tireoidianos para buscar as causas do cansaço excessivo.
Alguns estudos propõem a reposição desses hormônios em pacientes com hipotireoidismo sub-clínico (quando os níveis hormonais estão apenas um pouco abaixo do limite ou no limite) e que apresentem quadro de cansaço excessivo, queda de cabelo e outros sintomas que tirem a qualidade de vida do paciente.
A intenção é melhorar, assim, a volta às atividades habituais do dia a dia com energia e disposição revigoradas.
Alimentos que ajudam na produção de hormônios tireoidianos (iodo e selênio) são indicados como coadjuvantes. Boas fontes de iodo e selênio são:
- Oleaginosas (Castanha-do-pará, castanha de caju e etc.)
- Sal marinho (mas evite o excesso)
- Peixes
- Algas marinhas
Anemia
Muitas doenças hoje são ocasionadas por desequilíbrios alimentares. Esse é o caso do desenvolvimento da anemia ferropriva, situação muito associada à queda de energia e disposição física – o que resulta em cansaço excessivo.
Isso acontece, pois o ferro é um nutriente essencial ao organismo, responsável pela produção de glóbulos vermelhos e transporte de oxigênio.
A deficiência de ferro surge principalmente por carência nutricional, infecções intestinais, menstruação com fluxo sanguíneo muito intenso e durante a gravidez – mas qualquer pessoa pode desenvolver anemia, se não receber o aporte correto na dieta ou tiver problemas de absorção.
O tratamento contra a anemia é focado em determinar sua causa e corrigi-la, uma vez constatada por exames laboratoriais.
Nesses casos, a recomendação é uma dieta rica em ferro, que é encontrado principalmente na carne vermelha, em verduras verde escuras, leguminosas e alimentos enriquecidos, que ajudarão a suprir as necessidades diárias do nutriente.
Déficit de vitamina D
Pesquisas revelam que a baixa dosagem de vitamina D no sangue é uma das prováveis causas do cansaço excessivo e sensação de desânimo.
A dosagem de vitamina D no sangue é feita em laboratório e deve ficar acima de 30 mg/dl.
Expor-se mais ao sol, mas sem exagero, e aumentar a ingestão de alimentos ricos em vitamina D, como a sardinha, é uma das estratégias de combate ao cansaço.
Dietas restritivas
Eliminar de maneira radical grande quantidade de alimentos ou fazer dietas da moda que cortam de maneira exagerada certos grupos alimentares podem gerar déficits nutricionais. Ou seja, levar à dificuldade de conseguir obter, por meio da alimentação, nutrientes importantes para o organismo.
O carboidrato, por exemplo, nos dá glicose, que é um combustível importante para o corpo e sem ele a sensação de esgotamento é mais frequente, tornando as queixas de cansaço excessivo e falta de energia mais comuns após as duas primeiras semanas de restrição.
O tratamento consiste em uma dieta equilibrada, que privilegie os bons carboidratos, boas proteínas e boas gorduras, além de combinar bons nutrientes, como os alimentos ricos em vitaminas do complexo B, que aumentam a resistência à fadiga.
Estresse e ansiedade
A ansiedade e o estresse são, sem sombra de dúvidas, males da vida moderna e a queixa mais frequente é a de acordar cansado.
Isso ocorre porque o estresse libera quantidades altas de cortisol e adrenalina, hormônios que em altas doses prejudicam o funcionamento dos neurotransmissores, deixando os indivíduos ansiosos, com dificuldade de concentração e de pegar no sono.
O tratamento nesse caso é praticar uma atividade física prazerosa, que alivie as tensões; e aderir à psicoterapia. Em casos mais sérios, a recomendação é o uso de medicamentos.
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