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Tudo bem, professor? Na nossa última conversa o senhor falou para eu mandar um e-mail que tirariaminha dúvida sobre matriz de risco e apesar de ter mandado estou esperando até hoje a sua resposta.

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– Desculpa, meu filho, mas como recebo muitos e-mails, vez por outra acaba passando um ou outro sem resposta. Mas qual a sua dúvida mesmo?

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Todas. Estou todo enrolado para definir a matriz de risco para usar na minha empresa.

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– Primeiro passo é entender o objetivo da matriz, ou seja, é uma ferramenta que irá nos auxiliar a classificar os níveis de riscos definindo pelo menos gravidade e probabilidade.

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Como assim pelo menos gravidade e probabilidade? Pode ter mais itens?

– Com certeza, já prestei serviço para empesas que tinham vários critérios, como por exemplo eficiência dos controles existentes, tempo de exposição, custo para solução etc.

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Mas o senhor acha necessário?

– Isso varia de empresa para empresa, mas para quem está começando e com muitas dúvidas, como você, é melhor ficar só na probabilidade e gravidade. Um item extremamente importante para a decisão da matriz é alinhar com a empresa os critérios. Por exemplo, imagine que a pontuação máxima da sua matriz esteja com o critério suspensão imediata e durante a aplicação da matriz tivemos algumas pontuações que têm como resposta essa ação. Você tem certeza que a empresa vai seguir a orientação?

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Professor, mas posso alterar os critérios de uma metodologia?

– Meu filho, a norma não amarrou nenhuma metodologia, a empresa decide. Por isso é importante simular algumas situações antes de implantar a matriz para analisar se está coerente. Lembrando que a matriz é apenas o final do processo, ou seja, não tem como você analisar um processo complicadíssimo apenas com uma pontuação para gravidade e probabilidade.

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Como assim, o que eu tenho de fazer a mais?

– Você precisa fazer todo o reconhecimento da situação analisada, por exemplo, como vamos afirmar que um ruído de 90dB(A) é de baixo, médio ou de alto risco?

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Entendi, vou verificar o tempo de exposição, avaliar se a dose está acima do permitido e depois teria como afirmar a gravidade e a probabilidade.

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– Perfeito, mas você percebe que não basta ter uma amostra, pois sabemos que caso este trabalhador esteja exposto acima de 8 horas sem proteção será um problema, mas como temos certeza que ele está exposto a 90dB(A)? Essa avaliação precisará ser feita para tudo, ruído, calor, agentes químicos, riscos biológicos, riscos mecânicos e para cada risco precisamos de uma avaliação adequada ao seu contexto, ou seja, não temos como usar apenas a matriz, precisamos de ferramentas de análise que nos auxiliem na definição da gravidade e da probabilidade.

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Como vamos fazer em relação à probabilidade?

– Probabilidade é a chance de um determinado evento acontecer e podemos usar três métodos para nos auxiliar na sua estimativa: dados históricos (com base no passado talvez seja mais fácil de avaliar a probabilidade de ocorrência futura), técnicas de avaliação, como por exemplo, análise da árvore de falhas ou a análise da árvore de eventos, dentre dezenas de outras ferramentas possíveis e por fim, a opinião de especialistas.

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– Antes de concluir a nossa conversa gostaria de alertar que os níveis de risco calculados na matriz são apenas “estimativas” e dependem diretamente da qualidade das informações coletadas, ou seja, se você tinha um amostral pobre, não conhecia bem o processo, não sabe nada sobre a toxicidade do produto e demais informações específicas, será apenas um papel que não servirá para nada, ou pior, será utilizado pra tomar decisões equivocadas.

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Fonte: https://rsdata.com.br/conversando-sobre-matriz-de-risco/