Não faz muito tempo escrevi e publiquei um artigo onde me referia a utilidade das coisas. Entre outras coisas que mencionei estava a questão de por nas mãos das pessoas uma porção de retalhos de pano e como seria diferente a utilização dos mesmos mediante o conhecimento e a capacidade das pessoas. Uma porção de retalhos nas mãos de pessoas que não sabem costurar certamente ou acabaria guardada em alguma caixa até que se pudesse achar uma finalidade para aquilo e a mesma porção entregue nas mãos de alguém que saiba o que fazer com ela provavelmente se tornaria uma daqueles maravilhosas colchas de retalhos que nossas mães e avós tão bem sabiam e sabem fazer.
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Talvez um dos grandes problemas dentro das organizações seja ter pessoas capazes de saber lidar com partes e mais do que isso, saber integrá-las e torná-las úteis nas medidas e formas que sejam de fato interessantes para algum tipo de realização ou obtenção de algum resultado.
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Digo tudo isso com a preocupação de quem se vê diante de um suposto novo momento para a segurança e saúde no trabalho e ao mesmo tempo já vivenciou tantos outros momentos parecidos. Tudo isso custa como sempre custou – muitos recursos e junto a isso gera uma imensa expectativa por parte daqueles que não sabendo bem do que trata essa tal de prevenção seguem achando que agora vai e logo um pouco adiante descobrem que as coisas não são bem assim. Muitas vezes digo o quanto certas tentativas mal sucedidas – parte delas diga-se a verdade porque foram mal planejadas, organizadas e implementadas – geram nos empresários a sensação de que segurança e saúde no trabalho é um problema sem solução.
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Claro que existe uma diferença entre saber o que é um retalho e o que fazer com ele e por isso muitas vezes profissionais altamente especializados em retalhos não são bons fabricantes de colchas. Para certas coisas há necessidade de certos entendimentos que passam por lugares e atitudes que vão além de abrir um livro, uma apostila ou sentar-se em uma sala de aula. Aliás, o Brasil de hoje vive uma crise que denuncia isso e que poucas pessoas ousam falar sobre ela – a incapacidade de realizar na prática.
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Vemos nesse momento o foco se voltar para a palavra gerenciamento como se ele fosse alguma novidade – e se é para alguém que atua dentro de uma área técnica – realmente temos problemas maiores do pensávamos. Assistimos uma forma requentada dos conceitos mais básicos possíveis para uma prevenção mínima olhando-se para a estratégia como se não fosse aquilo que boas organizações já praticam a anos e que as o fazem com seriedade obtendo ótimos resultados.
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Salvo algum engano ou atualização que não conhecemos, o gerenciamento do risco ocupacional continua sendo feito em 4 etapas; a identificação de perigos e riscos, a análise a avaliação dos riscos, a eliminação ou controle e o monitoramento e revisão e é claro que compreender isso e mais ainda praticar é importante.
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O grande problema e que precisamos ter mais qualidade em todas essas etapas, muito especialmente na etapa de reconhecimento (identificação) que ao longo dos tempos foi precarizada até pelos problemas da técnica com as questões jurídicas e é preciso que se entenda que se essa etapa não for adequada todas as demais estarão amplamente comprometidas. Por isso, tão importante quanto tentar aprender o GRO seja fazer uma profunda revisão nos conceitos PRÁTICOS dos riscos e perigos e não apenas debater o que é um e o que é o outro. Mais preocupante ainda e a etapa que diz respeito a eliminação ou controle – que tomara não fique restrita de novo e apenas a mesmice da proteção individual. Quem sabe agora, quem sabe, vamos na direção da engenharia naquilo que e ela pode ser e significa de melhor.
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