É incrível como minha cabeça não para de pensar em Segurança do Trabalho! Visitei um sobrinho e acabei desfolhando a clássica história dos Três Porquinhos e fiquei pensando sobre os riscos que estavam relacionados aos personagens da história. Sei que geralmente acabam focando nos suculentos, ou melhor, nos felizes porquinhos, mas queria avaliar a situação do incompreendido Lobo Mau.
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O coitado do Lobo queria apenas se alimentar e por esta necessidade fisiológica acaba sendo taxado como sendo mau. Muitos esquecem que todos os lobos da face da terra, estando com fome e na presença de deliciosos porquinhos, digo, de alegres porquinhos, teriam a mesma reação.
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Se você ainda não está convencido e prefere ficar no Time dos Porcos, só gostaria de lembrar que os dois primeiros são uns preguiçosos enquanto que o Lobo acordou cedo para buscar a sua refeição.
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Considerando que sua atividade laboral é a caça, acho que um primeiro ponto a ser considerado é um exame admissional bem feito.
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Seria importante uma avaliação física prévia do condicionamento físico do Lobo, pois ele corre, sopra e escala chaminé. Todo esse esforço poderia trazer problemas para o coitado. Além disso, seria importante realizar uma espirometria (exame para avaliar a capacidade pulmonar), apesar de achar que nesse item ele passaria sem dificuldade.
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Ainda que aparente saúde respiratória, a preocupação é em relação à casa de palha, pois de acordo com diversos estudos a exposição à palha tem associação com a prevalência de sintomas de asma e outros problemas respiratórios crônicos, talvez seja interessante ele utilizar algum equipamento de proteção respiratória durante essa parte da história.
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Aproveitando que estamos falando de EPIs, botas e capacete de segurança é o mínimo que o Lobo deveria receber, pois quando derruba as casas, pode acabar furando o pé ou machucado a cabeça. Caso seja possível, devemos pensar também num cinto de Segurança com duplo talabarte e a instalação de uma linha de vida na cobertura da casa de tijolo, quando ele acessa a chaminé.
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Já que chegamos nessa parte triste da história, um ponto essencial em relação à Segurança do Lobo é a falta de treinamento de segurança sobre Espaço Confinado e Trabalho em Altura, pois só com treinamentos atualizados ele poderia se arriscar a descer pela chaminé. Na verdade, com estes treinamentos teria feito uma análise de riscos e saberia que não seria a melhor ideia.
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Além da parte operacional, fico imaginando que nestes treinamentos teria uma visão sobre primeiros socorros e talvez tivesse alguma orientação sobre as medidas a serem tomadas no caso de queimaduras de segundo e terceiro graus. Conhecimentos necessários para o faminto e no final, queimado lobo.
Não podemos esquecer a carga mental do pobrezinho, pois imagine o dia passando, os apetitosos, ou melhor, contentes porquinhos fugindo, a fome aumentando e a pressão na mente ao lembrar dos três lobinhos chorosos em casa esperando pelo alimento do dia.
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Com esta breve análise percebo ser urgente uma campanha para Segurança do Trabalho nas histórias infantis, com foco na conscientização dos autores sobre a importância da prevenção e proteção dos seus personagens, sem protecionismos aos ditos “mocinhos”.
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Fonte: https://protecao.com.br/blogs/a-vida-laboral-do-lobo-mau/
