– Professor, acabei saindo da empresa em que trabalhava e agora estou em uma empresa que tem muito produto químico, todo mundo usa respirador e não sei se o dimensionamento está correto. Sei que o senhor vai dizer para eu fazer a leitura do Manual de Proteção Respiratória do Vladimir e do Torloni e provavelmente para ler também o PPR da Fundacentro e farei isso, mas para não chegar tão cru na leitura, pode dar uma orientação básica sobre o tema?
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– Você realmente leu os meus pensamentos em relação às leituras, mas vou tentar fazer um resumão para lhe ajudar. Para começar, você precisa identificar a quais agentes químicos os trabalhadores estão expostos, nem sempre é algo tão simples, pois há produtos que podem ser gerados da reação de outros produtos existentes.
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– Professor, não entendo nada de química.
– Também estou longe de ser um especialista, mas em geral teremos pessoas com essa formação na empresa que podem nos auxiliar, sempre tento trabalhar com parcerias. Depois de identificar os contaminantes precisamos avaliar se a concentração de oxigênio não está deficiente, pois nesse caso não temos como utilizar um respirador purificador de ar, ou seja, que funcione como uma espécie de filtro. Nesse caso teríamos que considerar o uso de respiradores de linha de ar comprimido que iriam fornecer o oxigênio necessário.
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– Nunca vi esse tipo, professor.
– Realmente é menos frequente, mas em algumas situações não é utilizado por desconhecimento dos profissionais. Com essas informações em mãos precisamos verificar qual a concentração dos contaminantes a que os trabalhadores estão expostos e na sequência comparar com o limite de tolerância, justamente para verificar a necessidade da proteção.
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– Agora já podemos definir o respirador?
– Ainda tem um passo anterior, caso a concentração esteja acima do limite de tolerância, precisamos verificar se também não está ultrapassando a concentração IPVS, ou seja, a concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde, nesse caso não poderemos utilizar apenas um respirador purificador de ar, pois será uma concentração com consequências até fatais.
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– Após coletarmos todas essas informações iremos calcular o Fator de Proteção Mínimo Requerido (FPMR), que será obtido por meio da divisão da concentração do produto no ar ambiente pelo limite de tolerância. O resultado dessa divisão indica o quanto precisamos que o respirador reduza a exposição do trabalhador. Cada respirador terá um valor tabelado de redução da concentração, como temos o valor que precisamos, agora basta fazer uma comparação para definir o equipamento mais adequado.
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– Não parece tão complicado, professor.
– O problema é que eu só falei o básico, há outros fatores que dependendo do agente precisarão ser analisados e que aumentarão a complexidade dessa especificação. Um detalhe muito importante é que conversamos como dimensionar o respirador, mas também será necessário definir o tipo de filtro, conforme a exposição.
– Ok, professor, entendi que não é algo tão trivial e que precisarei estudar mais detalhadamente o assunto, mas sua orientação serviu para eu ter uma noção geral. Caso eu tenha alguma dúvida entrarei em contato.
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Fonte: https://protecao.com.br/blogs/primeiros-passos-para-a-selecao-de-respiradores-de-uso-rotineiro/
