Afastamentos por Saúde Mental no Brasil: O Que Está Acontecendo?

Recentemente, uma reportagem publicada no site do G1 destacou o alarmante aumento no número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais como ansiedade e depressão, atingindo o maior patamar em pelo menos dez anos, com mais de 470 mil casos registrados em 2024.

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Esse cenário acende um alerta sobre a crescente crise de saúde mental no Brasil, com impactos diretos na vida dos trabalhadores e na produtividade das empresas.

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Mas, quando falamos em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), é fundamental entender que, apesar de haver relação entre saúde mental e riscos psicossociais, a gestão de SST deve focar nos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, e não no tratamento de transtornos mentais individuais.

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É Possível Trabalhar Sem Adoecer? O Impacto da Saúde Mental e dos Riscos Psicossociais no Trabalho

O aumento alarmante dos afastamentos por transtornos mentais no Brasil levanta uma questão urgente: é possível trabalhar sem adoecer? O cenário atual revela um crescimento significativo de licenças médicas por ansiedade, depressão e síndrome de burnout, impulsionado por fatores como instabilidade no mercado de trabalho, efeitos pós-pandemia e maior conscientização sobre saúde mental.

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Apesar de a saúde mental ser influenciada por múltiplos fatores, os riscos psicossociais no ambiente de trabalho desempenham um papel determinante na qualidade de vida dos trabalhadores. Metas inatingíveis, assédio moral, insegurança no emprego e sobrecarga de trabalho são alguns dos fatores que podem desencadear problemas psicológicos graves.

A atualização da NR-01 reforça a necessidade de que empresas identifiquem e previnam esses riscos, incorporando-os na gestão de SST. No entanto, é essencial diferenciar a responsabilidade organizacional da saúde mental como um todo. O foco deve estar na mitigação dos fatores de risco relacionados ao trabalho, garantindo um ambiente mais seguro e saudável para todos.

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A pressão no trabalho está destruindo sua saúde mental?

O número de afastamentos por ansiedade e depressão bateu recorde no Brasil. Mas por que tantos trabalhadores estão adoecendo? Quais são os principais riscos psicossociais que impactam a produtividade e o bem-estar no ambiente corporativo?

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Se essas perguntas já passaram pela sua cabeça, você não está sozinho. O Brasil está enfrentando uma crise de saúde mental no trabalho, e as empresas precisam se preparar para enfrentar esse problema. Vamos entender melhor esse cenário em um formato de perguntas e respostas para facilitar sua compreensão.

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Os afastamentos por saúde mental realmente aumentaram no Brasil?

Sim, e de forma alarmante. Recentemente, uma reportagem publicada no site do G1 destacou que o Brasil atingiu o maior número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais em 10 anos, com mais de 470 mil casos registrados em 2024.

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Os dados do G1, mostram que, no último ano, os transtornos mentais chegaram a uma situação incapacitante como nunca visto. Na comparação com o ano anterior, as 472.328 licenças médicas concedidas representam um aumento de 68%. (Veja o gráfico abaixo)

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Esse aumento exponencial liga um alerta sobre a crise de saúde mental e seu impacto direto na vida dos trabalhadores e no desempenho das empresas. A preocupação com a saúde mental dos colaboradores é essencial, mas, do ponto de vista da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), é importante diferenciar os riscos psicossociais relacionados ao trabalho da saúde mental de um trabalhador.

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Como isso afeta as empresas e a economia?

Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que transtornos mentais causam a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano globalmente, gerando um prejuízo de US$ 1 trilhão anual.

No Brasil, levando em conta os afastamentos de 2024 e o valor médio do benefício pago pelo INSS (R$ 1.900/mês), o impacto financeiro chegou a quase R$ 3 bilhões.

Além disso, empresas com ambientes de trabalho tóxicos enfrentam:

  • Baixa produtividade
  • Dificuldade de retenção de talentos
  • Aumento do absenteísmo
  • Possíveis processos trabalhistas

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Quais são as principais doenças que levam ao afastamento?

Os transtornos mais comuns que levaram trabalhadores a se afastar foram:

  • Ansiedade
  • Depressão
  • Síndrome de Burnout (estresse crônico no trabalho)

O burnout, apesar de ser amplamente discutido, ainda tem subnotificação devido à dificuldade no diagnóstico.

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Quem são os mais afetados?

As estatísticas do INSS mostram que:

  • 64% dos afastados são mulheres
  • Idade média: 41 anos
  • Tempo médio de afastamento: 3 meses

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Esse alto índice entre mulheres pode estar relacionado a:

  • Sobrecarga de trabalho e responsabilidades domésticas.
  • Menores salários e maior insegurança financeira.
  • Maior busca por ajuda profissional (mulheres tendem a procurar tratamento mais cedo do que homens).

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Por que o número de afastamentos por saúde mental explodiu?

Os especialistas apontam três grandes fatores:

  1. Mercado de trabalho instável: Aumento da informalidade, sobrecarga de trabalho e alta rotatividade.
  2. Efeitos pós-pandemia: O luto, o estresse prolongado e o isolamento social deixaram sequelas psicológicas profundas.
  3. Maior consciência sobre saúde mental: Hoje, as pessoas buscam mais ajuda e há um diagnóstico mais preciso por parte dos profissionais de saúde.

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Qual a diferença entre riscos psicossociais relacionados ao trabalho e saúde mental?

Embora haja uma relação entre riscos psicossociais relacionados ao trabalho e saúde mental, é essencial que, para fins de gestão de SST, apenas os riscos psicossociais relacionados ao trabalho sejam considerados.

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Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho:

  • Envolvem fatores no ambiente de trabalho que podem impactar negativamente os trabalhadores.
  • Exemplos: cargas excessivas, metas impossíveis, assédio moral, falta de suporte, insegurança no trabalho.
  • Devem ser identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) conforme a NR 01.
  • ISO 45003 fornece diretrizes para a gestão desses riscos.

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NR-01 foi atualizada para incluir explicitamente a obrigatoriedade de considerar e gerenciar os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (FRPRT) no PGR. Essa nova exigência, com entrada em vigor prevista para 26 de maio de 2025, determina que as empresas identifiquem, avaliem e implementem medidas de prevenção e correção relacionadas aos riscos psicossociais no trabalho.

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Saúde Mental:

  • É um conceito mais amplo e depende de diversos fatores além do trabalho.
  • Inclui influências biológicas, psicológicas e sociais.
  • OMS define saúde mental como um estado de bem-estar.

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Cuidado ao relacionar os dois conceitos na gestão de SST:

  • Riscos psicossociais são fatores do ambiente de trabalho e devem ser tratados no contexto de prevenção e gestão organizacional.
  • A saúde mental de um trabalhador pode ser impactada por outros fatores externos, que não competem à empresa.
  • O foco da gestão de SST deve ser a redução dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho e não o tratamento de condições de saúde mental que podem ter outras origens.

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Como a NR-1 está mudando as regras sobre saúde mental no trabalho?

Norma Regulamentadora 1 (NR-1) foi atualizada para incluir riscos psicossociais dentro da gestão de SST (Segurança e Saúde do Trabalho). Isso significa que:

  • Empresas serão fiscalizadas pela gestão dos Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho.
  • Denúncias de assédio moral serão analisadas.
  • Empresas devem implementar planos de prevenção e tomar medidas corretivas.
  • Trabalhadores deverão ser ouvidos
  • As multas podem variar entre R$ 500 e R$ 6 mil por infração.

Importante destacar que a NR-01 foca na prevenção do adoecimento relacionado ao trabalho, e não no tratamento de condições de saúde mental que podem ter origens diversas.

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Conclusão: A saúde mental no trabalho é responsabilidade de todos

A crise de saúde mental entre trabalhadores brasileiros não pode ser ignorada. Empresas que investem no bem-estar de seus colaboradores colhem resultados positivos em produtividade, retenção de talentos e redução de afastamentos.

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Porém, é fundamental que a gestão de SST seja focada nos riscos psicossociais relacionados ao trabalho, garantindo que as empresas ajam preventivamente sem assumir responsabilidades que ultrapassem seu escopo organizacional.

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FONTE: https://www.rsdata.com.br/afastamentos-por-saude-mental-no-brasil-o-que-esta-acontecendo/  –  Os textos deste post foram compartilhados do site RS DATA cabendo a estes os direitos autorais.

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