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Eu escrevi em outros textos e expliquei no meu livro que há dezenas de metodologias para diagnóstico de cultura de segurança, todas largamente usadas e igualmente validadas pelos resultados que proporcionaram.

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Logo, o objetivo desse texto não é dar destaque especial à metodologia Hearts & Minds. Como o mercado de consultorias oferece alguma predileção por essa metodologia, acho importante que as pessoas a conheçam além do que é possível descobrir no google.

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Eu não irei descrever nesse texto como fazer um diagnóstico de cultura de segurança porque não se trata de uma receita pronta. O diagnóstico de cultura de segurança requer uma boa dose de experiência prática e vivência na indústria para proporcionar a visão sistêmica e crítica dos diferentes cenários e situações. E é esta visão diferenciada que possibilitará um diagnóstico crível e confiável.

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Um diagnóstico de cultura de segurança de acordo com a metodologia Hearts & Minds deve considerar, obrigatoriamente, as 23 dimensões descritas a seguir. Do contrário, não se trata da metodologia H&M.

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É importante mencionar que o que é descrito nesse texto foi retirado do material que você compra no website do Energy Institute, por cerca de R$1.300,00. A versão atualizada é a Rev 6 de 2018 e já inclui o tema segurança de processo.

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Vamos à descrição de cada uma das 23 dimensões.

Dimensão A: Como o tema SSMA é comunicado? Trata da efetividade do compartilhamento de informações positivas ou não sobre o desempenho de SSMA e do quanto as pessoas se engajam e aprendem com aquilo que é comunicado.

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Dimensão B: Como os líderes demonstram cuidado com as equipes? Trata da maneira como líderes discursam e se comportam quando precisam demonstrar segurança como um valor, seja através de suas ações para resolver problemas quanto para ouvir ativamente sugestões e críticas.

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Dimensão C: Como o comportamento seguro é reconhecido e recompensado? Visualiza o quanto o comportamento seguro é o normal observável, se e as pessoas precisam de algum tipo de incentivo para fazer segurança e o quanto segurança é um requisito para promoções de carreira.

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Dimensão D: O que se entende como as causas dos incidentes? Avalia o quanto a empresa entende a interação de pessoas, processos, ferramentas e sistemas para a definição das causas dos eventos indesejáveis e como os líderes percebem a própria responsabilidade.

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Dimensão E: Quais são as consequências dos desvios? Trata do quanto as pessoas sentem que são tratadas de forma justa e ética quando desvios acontecem e como os envolvidos são chamados para a solução e não para a culpabilização.

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Dimensão F: Quando as pessoas intervêm em situações inseguras? Avalia o quanto as pessoas cuidam uma das outras, se sentem confortáveis para abordar os outros quando estão em situação de risco, mesmo que estas situações sejam raras.

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Dimensão G: Qual a prioridade dada para segurança operacional? Avalia o quanto segurança é entendida como um sistema de gestão definido como parte intrínseca do negócio com objetivos claros e como um valor para a organização.

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Dimensão H: Qual é o papel da área de SSMA? Fomenta o entendimento da relevância da área de SSMA entre uma situação em que ela é inexistente e uma outra situação em que ela é uma área técnica/especialista, consultora, que providencia orientações para a liderança e tem a mesma força, status e relevância de qualquer outra área.

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Dimensão I: Como garantimos que as pessoas tenham as competências necessárias? Pretende definir como as organizações devem identificar e executar sua estratégia de desenvolvimento de pessoas, considerando aspectos técnicos e comportamentais, envolvendo todos no processo.

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Dimensão J: Como SSMA é abordado em reuniões? Defini como, quando e por quem o tema SSMA é discutido nos diversos fóruns internos, independentemente do nível hierárquico, além de apontar como o aprendizado organizacional acontece a partir dos assuntos levantados e dos problemas discutidos.

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Dimensão K: Como o risco é gerenciado no planejamento do trabalho? Analisa as ferramentas, metodologias e estratégias de planejamento das atividades e tarefas, considerando o nível de efetividade das ferramentas de gestão de risco implementadas, dos controles aplicados e do envolvimento das pessoas.

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Dimensão L: Como garantimos que as barreiras e controles estão funcionando para prevenção de eventos graves? Consiste na avaliação do processo de identificação, avaliação e análise dos riscos para entender como os controles de riscos críticos são efetivos e como são monitorados por indicadores e processos robustos.

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Dimensão M: Como os procedimentos operacionais são usados? Considera cenários que estão entre a presença restrita de poucos procedimento obrigatórios até o cenário em que todos os procedimentos entendidos como necessários estão facilmente disponíveis, são seguidos estão sob a responsabilidade da equipe que o usa, tanto em relação ao à sua manutenção quanto em relação à sua atualização.

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Dimensão N: Como os procedimentos são atualizados? Avalia desde o cenário em que poucos procedimentos são implementados e nunca atualizados até o cenário em que eles são regularmente atualizados e melhorados pelos próprios usuários de forma a refletir boas práticas.

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Dimensão O: Como a manutenção é realizada? Avalia cenários em que equipamentos são usados até a quebra e improvisos são comuns e cenários em que o processo do planejamento de manutenção segue orientações baseadas em riscos e performance, além dos recursos estarem garantidos e protegidos de objetivos conflitantes.

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Dimensão P: Como a gestão de SSMA é considerada na seleção de terceiros (contratados e fornecedores? Avalia o nível de relevância de requisitos de SSMA na cotação de serviços e aquisição de materiais de terceiros, assim como a integração da gestão e aprendizado no sentido de estabelecer gestão efetiva do negócio.

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Dimensão Q: Como as contratadas são integradas à rotina da empresa contratante? A avaliação pode variar entre uma situação em que os empregados terceirizados são completamente desconectados da rotina operacional até uma outra em que eles são parte integrante do processo, estando sob as mesmas exigências e condições de trabalho.

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Dimensão R: Quando uma situação de risco iminente ocorre, as pessoas interrompem a atividade (recusa de tarefa)? Avalia o quanto as pessoas se sentem confortáveis e sabem que serão reconhecidas no caso de interromperem uma atividade ou a produção se acreditam estar em uma condição de risco, independente de estarem certas ou se o atingimento de metas/objetivos pode ser comprometido .

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Dimensão S: Como incidentes e quase acidentes são reportados? Essa dimensão varia entre a inexistência de um sistema de reportes junto com represálias para as pessoas que decidem reportar problemas até um cenário em que há um sistema de reporte simples e fácil de usar e todos se sentem seguros para reportar qualquer tipo de situação de risco.

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Dimensão T: Como os incidentes, quase acidentes e acidentes são investigados? Os cenários possíveis vão de investigações realizadas de maneira pró-forma e somente se obrigatórios por lei ou requisitos corporativos até um cenário em que muitas pessoas são treinados para investigar e analisar causas sistêmicas, líderes entendem suas responsabilidades nos eventos investigados e o aprendizado organizacional sempre acontece ao final.

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Dimensão U: Como ocorrem os aprendizados a partir dos incidentes, acidentes e quase acidentes? Nesta dimensão pode ocorrer um cenário em que as pessoas são advertidas porque entende-se que elas são a causa até um outro em que o foco está no aprendizado interno e externo a partir da compreensão de como ocorreram as falhas nas barreiras, controles e em aspectos organizacionais, assim como a definição e conclusão de ações para prevenção.

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Dimensão V: Qual o objetivo das inspeções e auditorias? É o entendimento de que auditorias e inspeções são entendidas como processos de melhoria contínua dos processos, sistemas e comportamentos, ao invés de serem interpretadas como momento de buscar não conformidades e culpabilizar pessoas.

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Dimensão W: Qual o foco do processo de benchmarking? Nesta dimensão ocorre a descrição de cenários que variam desde situações em que a busca de boas e melhores práticas em segurança é inexistente até situações em que o benchmarking é uma atividade normal de todos os níveis hierárquicos, tanto interna quanto externamente.

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Estas, portanto, são as 23 dimensões da metodologia Hearts & Minds. Na metodologia, cada uma delas contém a descrição de cinco cenários possíveis associados aos diferentes níveis: Patológico, Reativo, Calculativo, Proativo e Generativo. Sendo assim, são 115 (=23×5) cenários diferentes descritos e que devem ser avaliados através de grupos focais, entrevistas, pesquisa de opinião (online ou papel), avaliação da gestão de segurança e inspeção de área.

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Fonte: https://www.dosafety.com.br/post/as-23-dimens%C3%B5es-hearts-minds – Os textos deste post foram compartilhados do Site DOSAFETY, cabendo a estes os direitos autorais.