A Iluminação de Emergência é uma medida de segurança obrigatória na maioria das cidades. Tem como principal objetivo orientar os trabalhadores de um ambiente qual o caminho da saída nos casos de quedas de luz.
Isso causa uma confusão enorme, pois muitos ainda acreditam que as luzes servem apenas para iluminar o ambiente. Quando na verdade, o intuito principal é iluminar a zona de evacuação do prédio. Isso porque a queda de luz pode ser um indício de sinistros como incêndios, desabamentos, etc.
Por este motivo, além de previsto por lei, este dispositivo é indispensável quando se trata de Segurança do Trabalho. Mas não adianta sair comprando qualquer luminária não. Você deverá observar qual o modelo adequado para o seu negócio, segundo a ABNT NBR 10898.
Se você tem dúvidas sobre este assunto, então este artigo é para você! Iremos mostrar quais os tipos de iluminação de emergência existentes, o que diz a legislação e como escolher o melhor equipamento para a sua empresa. Boa leitura!
O que é Iluminação de Emergência?
Iluminação de Emergência é a luz que possui acionamento automático nos momentos em que falta energia elétrica. Segundo a NBR 10898, deve clarear as áreas escuras, sejam elas horizontais ou verticais, onde haja trânsito de trabalhadores.
A intensidade da iluminação poderá variar, mas deverá ser suficiente para garantir a segurança de todos durante a evacuação do ambiente. Além disso, segundo o trecho 3.11 da norma, o dispositivo de iluminação de emergência deverá:
a) permitir o controle visual das áreas abandonadas para localizar pessoas impedidas de locomover-se;
b) manter a segurança patrimonial para facilitar a localização de estranhos nas áreas de segurança pelo pessoal da intervenção;
c) sinalizar as rotas de fuga utilizáveis no momento do abandono do local;
d) sinalizar o topo do prédio para a aviação comercial.
Ao serem acionadas, a iluminação deverá se manter ligada até o retorno da energia elétrica ou até que outras medidas preventivas sejam tomadas. O objetivo é que garanta a proteção pessoal e patrimonial dos colaboradores presentes no espaço.
Mesmo nos casos em que ocorre a evacuação total do prédio, as luzes deverão se manter acesas. Isso para garantir a orientação das equipes de manutenção ou até mesmo para buscar pessoas perdidas, como por exemplo nos resgates de incêndio.
Para isso, podemos dizer que existem dois tipos de iluminação de emergência:
- Iluminação de Ambiente;
- Iluminação por Sinalização.
Vamos ver abaixo as principais especificações sobre elas?
Tipos de Iluminação de Emergência
Independente do tipo da iluminação, o objetivo principal é o mesmo: promover a segurança dos trabalhadores em um ambiente desprovido de luz ou com baixa visibilidade. Por isso que existem as iluminações de ambiente e de sinalização.
Importante salientar que uma não substitui a outra! Ambas são importantes e devem ser utilizadas em todos os ambientes onde forem necessárias. A iluminação de ambiente, como o nome já diz, deve clarear o local ou uma parte dele como um todo.
Já a iluminação de sinalização é mais específica, destinada a iluminar ou orientar uma determinada informação. Um exemplo simples desse tipo de dispositivo é a plaquinha luminosa que informa a saída dentro de um estabelecimento.
Iluminação de Ambiente
Segundo a NBR 10898, a Iluminação de ambiente é obrigatória em todos os locais que proporcionam uma circulação vertical ou horizontal, de saídas para o exterior da edificação, ou seja, rotas de saída, e nos ambientes citados no anexo E da mesma.
No piso, o nível de iluminação deverá ser de 5 lux quando houver desnível, como por exemplo escadas ou passagens com obstáculos; e 3 lux em ambientes planos, como corredores, halls de entrada e locais de refúgio.
Nota: Lux é a medida da intensidade de uma iluminação de emergência! É determinado pela relação de “lúmen” (unidade de fluxo luminoso) por metro quadrado do ambiente que deverá ser iluminado. Guarde essa dica pois será muito importante para a compra do equipamento!
A Iluminação de Ambiente deverá, ainda, permitir com clareza o reconhecimento de qualquer tipo de obstáculo que venha a dificultar o trânsito de trabalhadores. Como por exemplo, mudanças de rota, saída, grades, muros, etc.
Inclusive, a identificação de obstáculos também poderá ser feita através da Iluminação por Sinalização, que veremos logo a seguir.
Mas antes, deixamos uma dica final: ao instalar a iluminação de emergência de ambiente, verifique se a mesma não causa sombras em degraus ou similares que possa prejudicar a circulação de pessoas. Esse cuidado é imprescindível para a efetividade do dispositivo!
Iluminação por Sinalização
Ao contrário do equipamento anterior, a Iluminação por Sinalização não tem como intuito promover claridade e luz para o ambiente. Mas, sim, para pequenos ou grandes obstáculos e/ou situações em específico.
Como exemplo podemos citar as placas luminosas de saída, conforme já foi falado, ou que indicam escadas, desvio de direção, entre outros. De maneira alguma essas sinalizações deverão ser cobertas ou obstruídas por adereços ou decorações.
Estes são dispositivos obrigatórios em todas as empresas onde há circulação de funcionários. São imprescindíveis para garantir que todos consigam sair em segurança mesmo que o ambiente esteja sem energia elétrica ou sendo incendiado.
Aliás, importante: nos casos onde há possibilidade de fumaça ou baixa visualização do ambiente, é interessante adicionar sinalizações extras, como pisca-pisca ou afins, para intensificar a iluminação e assim não perder a eficácia.
A Iluminação por Sinalização é feita através de textos e/ou símbolos. Os textos devem ser elaborados preferencialmente em português, com letra tipo Universal 65, de acordo com o que foi determinado na NBR 14100 (que aborda os símbolos de proteção contra incêndios).
Já os símbolos deverão ser nas cores vermelha ou verde, respeitando o fundo com a cor branca; ou brancos, quando o fundo for vermelho ou verde. O material deverá ser reflectante, de maneira que reflita a luz da fonte.
Como Funciona a Iluminação de Emergência?
A Iluminação de Emergência funciona à base de uma bateria interna recarregável. Mesmo assim, deve ficar o tempo todo conectada a uma tomada para que quando falte energia elétrica do ambiente, o dispositivo se acione automaticamente.
Após o uso, é importante lembrar de carregar o equipamento novamente pois a bateria pode ser se acabado. Para isso, basta colocar o produto no modo “OFF” e deixar carregando na tomada por cerca de um dia ou dois. Esse tempo varia de aparelho para aparelho, por isso é recomendável que você verifique as especificações do produto.
Geralmente as iluminações de emergência oferecem dois níveis de intensidade da iluminação: um mais forte outro mais fraco. A utilização de um ou de outro vai depender da necessidade e, obviamente, quanto mais forte a intensidade, mais bateria gastará.
A dica é instalar o equipamento no melhor lugar possível, seguindo as normas específicas de segurança, e mantê-lo sempre ligado à tomada. Dessa forma, não estará gastando bateria e estará sempre pronto para ser acionado em qualquer queda de energia.
O projeto das ferramentas de iluminação de emergência deverá prever as duas situações cabíveis neste caso:
- A falta ou a falha de energia elétrica fornecida pela empresa responsável; Ou o
- Desligamento voluntário da rede em caso de incêndio ou inundação no local.
Abaixo vamos falar sobre a instalação e a manutenção destes equipamentos.
Instalando a Iluminação de Emergência
Instalar o sistema de iluminação de emergência é tecnicamente simples, podendo ser feito por você ou por um profissional responsável, o que achar melhor. O ideal é que as luminárias sejam posicionadas em pontos altos, para evitar que atrapalhem a circulação ou alguma pessoa mexer.
É importante seguir o que foi definido no projeto da instalação, que geralmente é elaborado pela equipe de manutenção em conjunto com o SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho).
Nos casos em que são utilizados projetores ou faróis, o recomendado é que você direcione o feixe de luz estrategicamente. A ideia é não prejudicar os trabalhadores nem a visualização do ambiente devido a uma concentração elevada de luminosidade em uma área reduzida.
Veja abaixo o que diz a NBR 10898 sobre quais as luminárias que poderão ser instaladas:
“4.7.2 Podem ser utilizados os seguintes tipos de luminárias:
a) blocos autônomos de iluminação com fonte de energia própria;
b) luminárias alimentadas por fonte centralizada;
c) lâmpadas incandescentes, fluorescentes, mistas ou outra forma de gerar uma iluminação adequada, desde que a iluminação seja conseguida de imediato, sempre assegurando a radiação da luz na intensidade nominal, durante sua vida útil garantida;
d) projetores ou faróis podem ser utilizados somente em caso específicos, sem a possibilidade de se utilizar outro tipo de luminária, porém nunca poderão ser utilizados em escadas ou áreas em desnível, onde sombra ou ofuscamento podem ocasionar acidentes.”
Como se dá a Manutenção?
A responsabilidade de manter o aparelho em bom funcionamento é do empregador, por isso é importante fazer todos os testes e avaliações periódicas. Manter a iluminação de emergência em dia e em pleno funcionamento é a tranquilidade que você precisa caso ocorra um imprevisto.
Essa manutenção periódica deve ser determinada pelo fabricante e, por este motivo, varia de produto para produto. Quando você vier aqui na loja, por exemplo, questione ao vendedor sobre todas as especificações da luminária, inclusive o processo de manutenção.
Alguns modelos é necessário fazer a descarga da bateria de tanto em tanto tempo, outros é necessário ligar o equipamento eventualmente… E por aí vai. O importante é sempre observar se está tudo ok com as baterias e se as luzes estão funcionando corretamente.
Uma dica fundamental que nós podemos dar a você é verificar se o tempo de funcionamento da luminária é inferior a uma hora. Se for, é indício de que o produto está com algum problema e precisa de algum reparo ou serviço.
Segundo a NBR 10898, a manutenção das luminárias de emergência pode ser dividida em dois níveis. O primeiro nível consiste na verificação das lâmpadas, fusíveis ou disjuntores, nível de eletrólito, data de fabricação e início de garantia das baterias.
Já o segundo nível de manutenção é para reparos mais pesados, onde há a necessidade de um empenho maior. Como por exemplo, a substituição ou o reparo de algumas peças do aparelho ou problemas na instalação.
Quando necessário, deve-se anotar todo tipo de defeito encontrado no sistema no caderno de controle de segurança do local. Feito isso, dentro de 24h o dano deve ser reparado possibilitando que o equipamento retorne ao funcionamento normal.
Como avaliar se o sistema está OK?
No item 9.8 da NBR, vemos que “o bom estado de funcionamento do sistema de iluminação de emergência pode ser assegurado contratando:
a) um técnico qualificado que atenda o estabelecimento ou um conjunto de estabelecimentos;
b) o fabricante ou seu representante;
c) um profissional qualificado por um estabelecimento ou entidade, reconhecido pelos órgãos públicos.”
Como escolher a Iluminação de Emergência ideal?
Para escolher a luminária ideal para a sua empresa você (ou o profissional responsável) terão que levar em consideração o local onde serão instaladas e as especificações do produto.
No parágrafo 4.7.5 da NBR é determinada a observância dos seguintes dados antes de comprar o equipamento:
a) tipo de lâmpada;
b) potência, em watts;
c) tensão, em volts;
d) fluxo luminoso nominal, em lúmens;
e) ângulo da dispersão da luz;
f) vida útil do elemento gerador de luz.
Além disso, procure adquirir os equipamentos de marcas conhecidas no mercado, através de uma loja ou distribuidor confiável. É importante que você saiba que pode confiar na palavra do vendedor, e que ele não está apenas tentando fazer mais uma venda.
Também é imprescindível observar os detalhes das normas de segurança e certificações recomendadas. Escolher a iluminação de emergência adequada proporciona muito mais do que segurança e orientação para os colaboradores.
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