Resumo –O presente artigo apresenta a ferramenta de gestão FAST – Fator de Adequação em Segurança do Trabalho. O objetivo do FAST é mensurar o setor de saúde e segurança do trabalho nas empresas, gerando uma pontuação, que varia de 0 a 10.000 pontos, na qual os profissionais de EHS podem basear suas ações e conferir o status de proteção da sua empresa. São apresentados o embasamento teórico e a metodologia para o cálculo do FAST, bem como uma exemplificação de análise dos dados. O FAST se mostrou uma excelente ferramenta da gestão e que auxilia no planejamento macro e micro de qualquer empresa interessada em melhorar a saúde e segurança dos seus profissionais.
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1. O desafio da Gestão em Segurança do Trabalho
1.1. Ciências que baseiam a área de Saúde e Segurança do Trabalho
Pode se dizer que a área de Segurança do Trabalho é uma interessante combinação de duas ciências: Humanas e Exatas.
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Os aspectos da ciência humana estão relacionados a principal atuação dos profissionais de EHS: a proteção do trabalhador. Portanto, fatores psicológicos e comportamentais como o stress, cansaço, sentimentos internos e externos, postura ergonômica, foco e motivação são abordados diretamente pelos profissionais desta área.
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Os aspectos da ciência exata, presentes em segurança do trabalho, podem ser exemplificados como o dimensionamento de equipamentos de proteção individual e coletiva (EPI e EPCs),funcionamento de máquinas e equipamentos, monitoramento de sistemas de incêndio,definição de rota de fuga, implantação de sistemas de proteção, análise do número e as causas de incidentes e acidentes, afastamentos e uma série de atividades, técnicas e de engenharia, aplicadas diretamente à evolução do setor de Saúde e Segurança do Trabalho.
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O profissional de EHS deve estar preparado para exercer seus conhecimentos em ambas as ciências, buscando constantemente ferramentas e métodos de aprimoramento da gestão, conciliando os aspectos objetivos da ciência exata e subjetivos da ciência humana.
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2. Uso de métricas em Gestão de Segurança do Trabalho
As métricas são parâmetros, números que permitem acompanhar o desempenho de determinado setor; servindo de fonte de informação para o planejamento, plano de ação e direções de estratégias por parte dos profissionais de gestão. A mensuração é fundamental para o alinhamento entre a estratégia escolhida e a avaliação do desempenho obtido (Rouse & Putterill, 2003).
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A gestão por acompanhamento de métricas é utilizada em todas as empresas de sucesso, uma vez que números e dados verdadeiros não dão, geralmente, margem para interpretações errôneas, desde que analisados de forma correta e consistente. Sendo, portanto, uma técnica fundamental no desenvolvimento dos aspectos objetivos do setor de Saúde e Segurança do Trabalhado.
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A implantação de SGSSTs tem sido a principal estratégia das empresas para minimizar o sério problema social e econômico dos acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, sendo, ainda, um importante fator para o aumento de sua competitividade (TRIVELATO, 2002).
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3. Mensurar o Setor de Saúde e Segurança do Trabalho
3.1. Valores imensuráveis
Existem fatores de saúde e segurança do trabalho imensuráveis e incalculáveis, normalmente associados as características da ciência humana. Por exemplo, como dimensionar o impacto de um acidente fatal? É possível determinar os danos causados após a perda um membro, atividade motora ou de sentido? Como mensurar a motivação de trabalhadores que estão sujeitos a subcondições de trabalho e expostos a riscos de acidente ou doenças ocupacionais?
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Podemos citar também o impacto psicológico em uma equipe após um grave acidente,o impacto na sociedade em casos de acidentes que causam morte ou invalidez, tanto para a família quanto para o estado, como outros fatores inviáveis de serem mensurados e aplicados em um sistema eficaz de gestão.
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3.2. Quais pontos podem e devem ser avaliados na gestão de SST
Existem fatores que podem ser mensurados, e que afetam diretamente a variação da segurança do trabalho em uma empresa, tais como: o grau de risco, determinado pelo CNAE de cada empresa e possuem valor fixo como 1, 2, 3 e 4;o número de funcionários expostos, que pode aumentar a probabilidade de acidente; o valor de multa, determinado pela NR 28; o total de itens de NR aplicados a cada empresa, que estejam, ou não, adequados e que afetam diretamente o nível de segurança do trabalhador.
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Para tornar a gestão de segurança do trabalho mais eficiente é importante avaliar quais itens devem ser prioridade na adequação, para o atendimento de Normas, ou seja, quais podem causar mais danos à saúde e segurança do trabalhador. Ao mensurar cada item de NR exigido sobre a empresa, e associar esse item a um valor numérico confiável e coerente, é possível escalonar e criar uma regra de priorização.
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Importante ressaltar que os outros fatores, definidos como aspectos objetivos, precisam ser considerados ao determinar um número de segurança confiável, já que não é somente o atendimento a NR que garante o risco zero de acidente.
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4. FAST – Fator de Adequação em Segurança do Trabalho
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma ferramenta de métricas específica para o setor de saúde e segurança do trabalho, baseada em variáveis que influenciam diretamente as condições de segurança tais como: grau de risco, infração, número funcionários total e específico por empresa, impacto de multa e outras.
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METODOLOGIA
O Fator de Adequação em Segurança do Trabalho, FAST, é resultado da análise e combinação de diferentes aspectos que influenciam a segurança do trabalho em uma determinada empresa. Para tanto, algumas considerações teóricas e práticas foram adotadas,com intuito de viabilizar o cálculo e gerar um número funcional próximo da realidade do setor de Saúde e Segurança do Trabalho de qualquer empresa.
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Considerando-se:
A – Os valores da multa e o grau de infração, presentes na NR-28. De acordo com o princípio de que os itens mais graves e mais impactantes na segurança e saúde do trabalhador, no estudo e análise dos especialistas formuladores das NRs, foram ao longo do tempo acondicionados as penalidades e multas presentes nesta Norma.
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B – O número de funcionários total de cada empresa impacta, proporcionalmente, ao grau de risco, de acordo com literatura em EHS, que utiliza de total de funcionários para dimensionamento de CIPA e SESMT, pelas NR-05 e NR-06 respectivamente.
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C – Associar o número de funcionários expostos, separadamente, item a item das NRs, especificando as diferentes exposições ao risco em uma mesma empresa.
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D – Foi considerado um valor de FAST para cada item de cada NR, sendo que o Fast total aplicado a cada empresa é o resultado da somatória de cada FASTnr.
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E – Para se tornar um número de referência, o fator foi normalizado e padronizado, variando de 0 até 10.000 pontos. O Fator de Normalização deve variar de acordo com o setor da empresa e número de NRs aplicadas a cada empresa, tornando assim um valor comparável entre quaisquer empresas, pois todas partem do mínimo 0 quando não atendem nenhuma NR e atingem o máximo de 10.000 pontos ao atingir todas NRs que lhes são cobradas.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O FAST é uma ferramenta aplicada a qualquer empresa que deseja melhorar a gestão do setor de Saúde e Segurança do Trabalho. Após determinar o valor do FAST é importante entender sua aplicação, quais informações são obtidas de sua análise e realizar o acompanhamento da sua evolução.
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1. Definição do objeto de estudo
Para o presente trabalho, considerou-se uma empresa de pequeno porte do setor têxtil com cerca 20 funcionários e que já atende algumas demandas de Segurança do Trabalho, segue os dados básicos:
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CNAE: 1340-5 – Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
Número de funcionários: 20
Grau de Risco: 3
Normas Regulamentadoras aplicadas a esta empresa: 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 15, 17, 23, 24, 25, 26, 28 e 35.
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2. Resultados
A ferramenta de FAST foi inicialmente aplicada em janeiro e avaliada a cada 2 meses, os resultados da evolução estão apresentados na tabela a seguir.
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3. Discussão
Após mensurar o setor de segurança do trabalho, o FAST oferece dados confiáveis para avaliar e aprimorar a gestão em EHS. Com métricas confiáveis e analisadas de forma adequada o profissional responsável pela gestão em EHS será capaz de direcionar melhor seus recursos e condições de trabalho, além de aprimorar as estratégias de ação.
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O FAST pode ser analisado em diferentes cenários, de acordo com a necessidade, os objetivos e maturidade do setor de segurança do trabalho para cada empresa. No cenário apresentado foi acompanhada a evolução das condições de segurança do trabalho e o investimento financeiro no setor de SST.
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3.1. Evolução das condições de Segurança do Trabalho
A evolução das condições de segurança do trabalho considera o quanto a empresa atende as exigências de Normas Regulamentadoras.
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No gráfico 1 é possível acompanhar a variação do FAST no bimestre em comparação com o bimestre anterior. A análise do gráfico apresenta que:
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a) O bimestre março/abril teve a maior evolução de segurança do trabalho em relação ao mês anterior. Pode-se supor que isso se deva ao fato de no bimestre anterior ter sido o período com o menor número de itens adequados. A empresa também precisa avaliar os demais fatores, como maior investimento, motivação dos funcionários, campanha de CIPA ou SIPAT, que influenciam o engajamento de todos profissionais.
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b) O bimestre de novembro/dezembro teve a menor evolução, o que pode ser justificado pelo fato do bimestre anterior setembro/outubro ser o bimestre com mais pontos adequados acumulados. Outros fatores externos, como necessidade de comprimento de metas anuais, alta demanda por mercadorias e elevada carga de trabalho, podem influenciar negativamente na evolução da proteção do trabalhador.
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Esse modelo de gráfico e análise de dados é aplicado para entender quais ações foram realizadas em cada bimestre que resultou em uma menor ou maior evolução.
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Já o gráfico 2, valor acumulado de FAST, apresenta uma evolução, acumulada, de adequação, praticamente constante no período.
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a) Ao avaliar todo o período de estudo, nota-se que a empresa apresentou uma evolução relativamente constante de adequação em segurança do trabalho.
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Esse modelo de gráfico e análise de dados é aplicado para entender a evolução do setor de saúde e segurança do trabalho, em valores percentuais, sobre o quanto a empresa está buscando melhorar e atender todas as exigências de segurança. Pode ser apresentado para fins de avaliação interna e externa.
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3.2. FAST Normalizado por bimestre e FAST Normalizado investimento total
O conceito do FAST Normalizado auxilia no acompanhamento da evolução da empresa, pois o máximo que a empresa pode atingir de pontuação no FAST é 10.000 pontos, em um cenário que atenda todas as exigências das NRs que lhe são aplicadas.
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O FAST também ajuda a acompanhar os resultados do setor de segurança do trabalho em termos financeiros, ao apresentar o quanto a empresa evolui em segurança do trabalho de acordo com o quanto o setor recebe de investimento.A análise da relação entre FAST e investimento financeiro estão apresentadas nos gráficos a seguir:
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O gráfico 3 apresenta o fator normalizado, em termos normalizados, mostrando que a empresa apresentou uma evolução constante no setor de SST, atingindo o máximo de atendimento das NRs ao final do último bimestre. Os valores do FAST Normalizados são úteis para comparar empresas entre si e emitir certificados de pontuação periódica.
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O gráfico 4 apresenta a evolução do Fast de acordo com um investimento financeiro por bimestre. A análise do gráfico apresenta que o bimestre de junho/agosto obteve o menor retorno de melhoria de acordo com o investimento, o FAST evoluiu 1178 pontos a um investimento de R$9800,00; média de R$8,32 por ponto de evolução; e o bimestre maio/junho o melhor retorno com uma variação de 1432 pontos e a um investimento de R$6300, a um custo médio de R$4,39 por ponto de evolução.
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Esse modelo de gráfico e análise de dados é aplicado para entender a relação financeira de investimento em segurança do trabalho e avanço da mesma, pode ser utilizado como base para apresentação de resultados a supervisão e setor financeiro, auxilia no planejamento estratégico da empresa e direcionamento de budget; um excelente mecanismo de gestão.
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Outras análises são possíveis de serem realizadas com o FAST, tais como:
· Conhecimento detalhado completo e separado por setor da empresa;
· Obtenção de valores concretos para tomada de decisões;
· Reconhecimento de quantos itens a empresa atende de cada NR;
· Dimensionamento de custos e previsão de budget;
· Otimização de ações em gestão de Segurança do Trabalho;
· Métricas para apresentação de resultados e investimentos.
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CONCLUSÕES
Com base no que foi apresentado, o FAST, Fator de Adequação em Segurança do Trabalho, se apresenta como uma excelente ferramenta de gestão, desenvolvida de forma consistente, a partir de conceitos básicos de segurança do trabalho e que fornece dados, que analisados de forma coerente, auxiliam os profissionais de EHS no planejamento estratégico, investimento de recursos e acompanhamento de melhorias.
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Fonte: https://www.lifety.com.br/post/o-fast-fator-de-adequa%C3%A7%C3%A3o-em-seguran%C3%A7a-do-trabalho