Mais do que nunca, os profissionais de saúde estão com o seu protagonismo em evidência, no cuidado ao paciente, em meio à pandemia do novo Coronavírus. Entre eles, um profissional se destaca, o infectologista. Você sabe o porquê dessa especialidade ser tão importante nesse momento de crise?
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Ele é o médico que combate infecções, uma das manifestações mais recorrentes de inúmeras doenças. E a Covid-19 é uma doença infecciosa, que pode causar problemas respiratórios graves, por isso, esses profissionais são tão importantes neste período. São eles que, ao lado de cientistas e pesquisadores, estão ajudando a desvendar os mecanismos do novo Coronavírus e, com isso, criar barreiras ao seu avanço.
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Uma missão desafiadora, porque é preciso reunir e analisar dados científicos com muita rapidez. A cada dia, o vírus avança e coloca em risco não só a vida dos mais vulneráveis, com saúde fragilizada por outras doenças ou pela idade, mas também ameaça a sustentabilidade dos sistemas de saúde público e privado.
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No Brasil, os alertas em relação aos idosos é intensa porque 75% dos quase 22 milhões de idosos dependem exclusivamente do SUS, o que torna a oferta de leitos uma questão muito crítica. Felizmente, as autoridades locais se anteciparam, baseadas na experiência de outros países mais atingidos pela Covid-19, e ergueram hospitais de campanha em poucos dias para dar conta dos atendimentos no auge da crise, além de adotar o isolamento social.
Em paralelo, a Organização Mundial da Saúde reforça constantemente recomendações pautadas por infectologistas, com base na ciência. Lave as mãos constantemente, evite tocar o rosto, use máscaras e mantenha o distanciamento social. Apesar de simples, são ações que ajudam a reduzir o avanço da doença.
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Além disso, vale reforçar que são iniciativas relacionadas à atenção primária, que existem há vários anos e podem ser mantidas após a pandemia, em certo grau, como prevenção a outras doenças e cuidados básicos com a saúde.
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Por todos esses motivos, nesse 11 de abril, Dia do Infectologista, a INTERMFARMA agradece a todos os profissionais da especialidade! Afinal, eles são a esperança do momento! Vamos apoiá-los, seguindo as suas recomendações.
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Para entendemos mais sobre o papel do infectologista, a INTERFARMA entrevistou a Dra. Maria José Kassab Carvalho, infectologista do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo, e do Hospital da PUC de Campinas, cidade do interior de São Paulo. Veja a perspectiva dela sobre a especialidade.
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1. Resumidamente, qual é o papel do infectologista frente à pandemia do novo Coronavírus?
Existem várias formas de atuação. Primeiramente, acredito que o infectologista, por seu papel intrínseco no estudo de doenças infecciosas, deverá pautar estratégias de ações preventivas e de manejo da doença, por meio da experiência clínica no cuidado do paciente e da revisão de literatura específica e atual sobre tema.
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Muitos artigos são publicados diariamente em periódicos médicos de alto impacto científico. Com essas informações, bem como as experiências em epidemias anteriores, o infectologista deve propor calma para a interpretação de tantas informações novas, que são veiculadas para a população. O médico infectologista deve sempre ressaltar sobre a necessidade de estudos com boa evidência científica para propor estratégias diagnósticas acuradas, além da proposição de tratamentos eficazes e que não causem dano ao paciente.
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Além disso, é fundamental o empenho do especialista no reforço às medidas de saúde pública que beneficiem a todos, atuando como conselheiros de autoridades sanitárias, para o desenvolvimento de planos de contingência e de estratégias que viabilizem leitos, medicações e equipamentos de assistência à saúde.
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2. Como a especialidade pode contribuir na busca pela cura ou por um tratamento eficiente à Covid-19?
A especialidade pode atuar ativamente na proposta de cura e/ou de tratamento por meio de experiências clínicas e laboratoriais já utilizadas em epidemias anteriores.
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O desenvolvimento de pesquisas científicas com ênfase em laboratório, baseadas em biologia molecular (testes que identificam o material genético do vírus) e testes sorológicos (que detectam anticorpos) nos permitem entender a dinâmica da doença. A partir desse conhecimento, podem-se definir protocolos de atuação terapêutica, como a administração de determinado tratamento em determinada fase da doença ou em determinados grupos de doentes, que podem apresentar dinâmicas diferentes de infecção, como aqueles classificados de maior risco, por exemplo.
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Em relação à vacina, sabemos que o desenvolvimento costuma ser mais demorado, mas a partir do isolamento do vírus em laboratório isso se torna plenamente viável. A chave para o sucesso terapêutico e de prevenção por vacina está atrelado à pesquisa científica de qualidade.
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3. Qual a importância do SUS e os desafios dos sistemas de saúde (público e privado) nesse período?
O SUS é de extrema importância na assistência à população, sobretudo em tempos de pandemia. Trata-se de uma instituição que universaliza a condução do diagnóstico e do tratamento.
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Sabemos das limitações do sistema por falta de investimentos necessários o que, inevitavelmente, acarretam na falta de insumos, de leitos e de médicos, bem como outros profissionais da saúde. A pandemia do novo Coronavírus trouxe esse dilema à tona, reforçando a necessidade de investimentos financeiros, científicos e de estrutura para que o sistema sempre esteja preparado para atender às demandas da população.
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O sistema privado e o SUS devem estar unidos para prover a assistência necessária a todos.
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4. Algo mais que gostaria de acrescentar?
O momento atual exige muita compreensão e paciência. Nos traz à tona a importância de cuidados básicos, como higiene de mãos, etiqueta da tosse e controle de doenças crônicas. Também nos traz muita reflexão sobre o movimento antivacina, que recentemente tomou forma em países europeus, nos Estados Unidos e também no Brasil.
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O cenário atual de uma pandemia com vários casos letais nos reforça a necessidade do desenvolvimento de vacinas, para que situações dramáticas como essa passem sem deixar um rastro desastroso. E, finalmente, o cenário atual implora pelo investimento em pesquisas, que possam pautar a condução médica por meio de exames diagnósticos precisos e tratamentos oportunos.
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