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PREVENINDO DOENÇAS RELACIONADAS AO CALOR

Trabalhar horas e horas por dia tendo que lidar com altas temperaturas pode ser nada fácil. Além de não ser fácil, é perigoso. Todos os anos, milhares de funcionários adoecem por conta da exposição ao calor excessivo e alguns até morrem.

Pessoas que trabalham com fundição de metais, laminação a quente, altos fornos, fornos de cerâmica, minas, fábricas de vidros, lavanderias, central de esterilização de materiais em hospitais, cozinheiros, padeiros, entre outros; e também os que trabalham ao ar livre, debaixo do sol, estão no alvo das doenças relacionadas ao calor.

QUAIS SÃO ESSAS DOENÇAS?

 Doenças provocadas pelo calor podem aparecer de forma variada. Das mais leves: brotoejas e cãibras. Até as mais graves: exaustão pelo calor e insolação. Insolação requer assistência médica imediata e pode resultar em morte.

Quando estamos em uma situação de muito calor, nosso corpo usa o suor para esfriá-lo, mas nem sempre é o suficiente. Se não tomarmos alguma medida para resfriá-lo, a temperatura corporal sobe e pode chegar a níveis perigosos para a saúde.

COMO EVITAR ESSAS DOENÇAS?

 Três palavras que devem ser sempre lembradas: Água, Descanso e Sombra.  É preciso orientar os funcionários sobre a importância de se hidratar e fazer pausas frequentes, limitando a exposição ao calor. Trabalhadores perdem em média de 2 a 3 litros de líquido por dia através do suor durante o trabalho em alta temperatura, por isso é importante que se hidratem ativamente antes, durante e depois de seus turnos. Além disso, o monitoramento da cor da urina com um gráfico “cor da urina” pode ser uma forma eficaz de manter trabalhadores atentos à hidratação, já que um dos primeiros sinais de desidratação aparece aí.

Evitar bebidas como refrigerantes e café que contém cafeína ou bebidas alcoólicas, também ajuda. Estas bebidas desidratam o corpo e faz com que seja ainda mais perigoso trabalhar sob calor intenso.

 O uso de equipamento de proteção individual também é crucial. Chapéus com abas largas, óculos de proteção, uniformes de material absorvente e de cor clara são ótimos exemplos para reduzir a exposição direta ao sol.

 Quais são os sintomas apresentados quando a temperatura corporal se eleva?

 Dor de cabeça, tonturas e desmaios, fraqueza, suor excessivo, irritabilidade ou confusão mental, sede, náuseas e vômitos, são os primeiros sinais dados de que o corpo necessita ser resfriado. Uma boa maneira de evitar riscos é orientar as duplas de funcionários a conversarem de vez em quando durante o expediente. Muitas vezes alguém fica confuso por conta de insolação, mas não percebe, acha que está tudo bem.

Fique atento: No caso de confusão, vômitos e fraqueza, é necessário buscar ajuda médica o quanto antes!

CASO ALGUM TRABALHADOR COMECE A APRESENTAR ESSES SINTOMAS, O QUE FAZER?

 – Leve imediatamente a pessoa para uma área arejada e na sombra. Não a deixe sozinha!

– Avise um supervisor.

– Ofereça água aos poucos.

– Afrouxe sua roupa para o corpo respirar.

– Refresque a pessoa. Abane, coloque compressas de água fria em pontos de maior aquecimento do corpo, como pescoço, dobras dos braços, virilha e axilas.

– Siga os procedimentos médicos definidos pela sua ORGANIZAÇÃO.

A maioria das doenças e mortes ocasionadas por exposição excessivas ao calor poderiam ser evitadas seguindo essas medidas. Lembre-se sempre e conte aos colegas: Água, descanso e sombra são essenciais para a preservação da saúde de funcionários. Só com orientação e conscientização é que será possível reduzir riscos.

 Doenças provocadas pelo calor englobam alguns distúrbios cuja gravidade varia de cãibras musculares e exaustão por calor à intermação (que é uma emergência com risco de vida). Doenças provocadas pelo calor, embora evitáveis, afetam milhares de pessoas a cada ano nos EUA e podem ser fatais; são a segunda principal causa de morte entre os atletas jovens. Quando a intermação não é tratada com rapidez e eficácia, a taxa de mortalidade é quase 80%.

 Pacientes com exaustão por calor mantêm a capacidade de dissipar o calor e função normal do SNC. Na intermação, os mecanismos compensatórios de dissipação do calor falham (embora ainda possa haver sudorese) e a função do SNC é comprometida. A intermação deve ser considerada nos pacientes com hipertermia e alteração do estado mental ou outra disfunção do SNC, independentemente da sudorese.

FISIOPATOLOGIA

 A entrada de calor vem:

 – Ambiente

– Metabolismo

A perda de calor através da pele ocorre pelos seguintes fatores:

 – Radiação: transferência do calor corporal diretamente para um ambiente mais frio por radiação infravermelha, processo que não exige o movimento de ar, nem contato direto;

– Evaporação: resfriamento pela vaporização da água (p. ex., suor);

– Convecção: transferência de calor para o ar mais frio (ou para algum líquido) através da pele exposta;

– Condução: transferência de calor de uma superfície mais quente para uma superfície mais fria quando há contato direto.

A contribuição de cada um desses mecanismos varia de acordo com temperatura e umidade ambientais. Quando a temperatura ambiente é inferior à temperatura corporal, a radiação responde por 65% do resfriamento. A evaporação normalmente responde por 30% do resfriamento, e a exalação de vapor de água junto com a produção de urina e fezes respondem por cerca de 5%.

 Quando a temperatura ambiente é > 35 °C, a evaporação é responsável praticamente pela totalidade da dissipação do calor, porque os outros mecanismos só funcionam quando a temperatura ambiente é inferior à temperatura do corpo. Contudo, a eficácia da sudorese é limitada. O suor que escorre da pele não é evaporado e não contribui para o resfriamento. A eficácia da transpiração também é limitada pela área da superfície corporal e pela umidade. Quando a umidade é > 75%, a perda de calor por evaporação diminui acentuadamente. Assim, se a temperatura e a umidade ambiental forem elevadas, todos os mecanismos de dissipação de calor são perdidos, aumentando acentuadamente risco de doenças provocadas pelo calor.

 O corpo pode compensar grandes excessos de calor, mas a exposição significativa e prolongada a ele que excede a capacidade de dissipação de calor aumenta a temperatura central. A elevação moderada e transitória da temperatura central é tolerável, mas uma grave elevação (tipicamente > 41°C) conduz à desnaturação das proteínas, especialmente durante trabalho pesado sob calor, à liberação de citocinas inflamatórias (p. ex., fator de necrose tumoral alfa FNT-α], e interleucina 1 beta IL-1 beta]). Como resultado, ocorre disfunção celular e a cascata inflamatória é ativada, conduzindo à má função da maioria dos órgãos e à ativação de cascata de coagulação. Esses processos fisiopatológicos são semelhantes aos da síndrome de disfunção de múltiplos órgãos, a qual se segue ao choque prolongado.

 Mecanismos compensatórios incluem resposta da fase aguda por outras citocinas que moderam a resposta inflamatória (p. ex., pelo estímulo da produção de proteínas que diminuem a produção de radicais livres e inibem a liberação de enzimas proteolíticas). Também, o aumento da temperatura central desencadeia a expressão de proteínas de choque por calor. Estas proteínas aumentam transitoriamente a tolerância ao calor por mecanismos pouco conhecidos (p. ex., possivelmente prevenindo a desnaturação de proteínas) e pela regulação das respostas cardiovasculares. Com a elevação extrema ou prolongada da temperatura, mecanismos compensatórios são impedidos ou funcionam mal, permitindo a ocorrência de inflamação e a síndrome de disfunção de múltiplos órgãos.

 A saída de calor é modulada por alterações do fluxo sanguíneo na pele e pela produção de suor. O fluxo sanguíneo na pele é de 200 a 250 mL/min em temperaturas normais, mas aumenta 7 a 8 L/min pelo estresse por calor (e facilita a perda de calor pelos mecanismos de convecção, condução, radiação e evaporação), exigindo um aumento acentuado do débito cardíaco. O estresse do calor também aumenta a produção de suor de insignificante para > 2 L/h; no entanto, embora o suor que goteja sobre a pele não contribua para o resfriamento, ele contribui para a desidratação. Pode ocorrer sudorese significativa menos perceptível no ar muito quente e muito seco, no qual o suor evapora muito rapidamente. Com uma produção de suor de > 2 L/h, pode ocorrer desidratação muito rapidamente. Pelo fato de o suor conter eletrólitos, sua perda pode ser importante. Contudo, a exposição prolongada desencadeia alterações fisiológicas para acomodar o excesso de calor (aclimatização); p. ex., o nível de sódio no suor é 40 a 100 mEq/L nas pessoas não climatizadas, mas diminui para 10 a 70 mEq/L nas climatizadas.

ETIOLOGIA

 As doenças por calor são causadas pela combinação de aumento da entrada e diminuição da saída de calor.

Excessiva entrada de calor resulta caracteristicamente de vigoroso exercício, alta temperatura do ambiente ou ambos. Doenças e uso de fármacos estimulantes também podem aumentar a produção de calor.

O resfriamento é prejudicado por obesidade, alta umidade, altas temperaturas ambientes, uso de roupas muito pesadas e qualquer coisa que prejudique a sudorese e/ou evaporação do suor.

Os efeitos clínicos são exacerbados por:

 – Inabilidade de tolerar o aumento da demanda cardiovascular (p. ex., devido à idade, insuficiência cardíaca, doença renal crônica, distúrbios respiratórios, insuficiência hepática);

– Desidratação;

– Distúrbios eletrolíticos;

– Uso de determinados fármacos.

Idosos, bebês e crianças têm maior risco. O risco dos idosos é alto porque costumam usar fármacos que podem aumentar o risco, têm mais desidratação e insuficiência cardíaca e têm perda das proteínas do choque térmico relacionada com a idade. O risco dos bebês e das crianças é alto por causa da maior área de superfície em relação à proporção da massa corporal (resultando em maior ganho de calor do ambiente em um dia quente) e a uma velocidade mais lenta de produção de suor. A aclimatação das crianças é mais lenta e elas têm menos sede. Tanto os idosos como as crianças muito pequenas podem permanecer relativamente imóveis e, assim, têm dificuldade de sair de um ambiente quente.

PREVENÇÃO

 O bom-senso é o melhor tratamento. Os médicos devem recomendar as seguintes medidas (1):

Durante a época de calor excessivo, idosos e jovens não devem permanecer em moradias sem ventilação e ar-condicionado.

Crianças não devem ser deixadas dentro de automóveis expostos ao sol.

Se possível, evitar intensos exercícios físicos em ambiente muito quente ou em espaço inadequadamente ventilado, assim como o uso de roupas isolantes.

 Perda ponderal após exercício ou trabalho pode ser usada para monitorar a hidratação; pessoas que perdem de 2 a 3% de seu peso corporal devem ser instruídas a ingerir quantidade extra de líquidos, que deve corresponder a 1 kg do peso inicial antes da exposição no dia seguinte. Se a pessoa perder > 4%, a atividade deve ser limitada a 1 dia.

 Se a realização dos exercícios no calor for inevitável, os líquidos devem ser repostos com a ingestão constante, e a evaporação deve ser facilitada pelo uso de roupas abertas e trançadas ou ventiladores.

HIDRATAÇÃO

 Manter níveis adequados de líquidos e sódio ajuda a prevenir as doenças por calor. A sede é um mau indicador de desidratação e da necessidade de reposição de líquidos durante esforços, porque a sede só é estimulada depois que a osmolaridade plasmática sobe 1 a 2% acima do normal. Assim, deve-se tomar líquidos a cada poucas horas, independentemente da sede. Como a absorção máxima de água no intestino é de cerca de 20 mL/min (1.200 mL/h — inferior à velocidade máxima de transpiração de 2.000 mL/h), esforços prolongados que promovem perda de suor muito grande exigem períodos de repouso que reduzem a taxa de transpiração e permitem tempo para a reidratação.

 O melhor hidratante a usar depende da perda esperada de água e eletrólitos, que depende da duração e grau dos esforços, juntamente com fatores ambientais e se a pessoa está aclimatizada. Para uma absorção máxima de líquidos, uma bebida contendo carboidratos pode ser absorvida pelo organismo até 30% mais rapidamente do que a água pura. Uma bebida contendo 6 ou 7% de concentração de carboidratos é absorvida mais rapidamente. Concentrações mais altas de carboidratos devem ser evitadas porque podem causar dor estomacal e retardar a absorção. No entanto, na maioria das situações e das atividades, a água pura é adequada para a hidratação, desde que uma hidratação excessiva seja evitada. Ocorreu hiponatremia significativa em atletas de resistência que bebem água pura com muita frequência antes, durante e após os exercícios sem repor as perdas de sódio. Soluções hidratantes especiais (p. ex., bebidas para esportes) não são necessárias, mas seus aromas aumentam o consumo, e o pequeno conteúdo de sal é proveitoso se a necessidade de líquidos for alta.

 Operários, soldados, atletas de elite ou outros indivíduos que transpiram demais podem perder ≥ 20 g de sódio/dia, tornando as cãibras por calor mais prováveis; essas pessoas precisam repor a perda de sódio com bebidas e alimentos. Na maioria das situações, o consumo abundante de alimentos salgados é adequado; indivíduos em dietas com baixo consumo de sal devem aumentar sua ingestão. Nas circunstâncias mais extremas (p. ex., esforços prolongados por pessoas não aclimatadas), pode-se usar solução oral de sal. A concentração ideal é NaCl a 0,1%, que pode ser preparada dissolvendo um comprimido de sal de 1 g ou um quarto de uma colher de chá de sal de mesa, em um litro de água. As pessoas devem beber essa solução em circunstâncias moderadas a extremas. Os comprimidos de sal não dissolvidos não devem ser ingeridos. Eles irritam o estômago, podem causar vômitos e não tratam a desidratação subjacente.

ACLIMATIZAÇÃO

 O aumento sucessivo e crescente da quantidade de trabalho realizado no calor eventualmente resulta em aclimatização, a qual permite que as pessoas trabalhem com segurança em temperaturas previamente intoleráveis ou ameaçadoras à vida. Para alcançar o benefício máximo, a aclimatação geralmente requer passar 8 a 11 dias em um ambiente quente fazendo alguns exercícios diários (p. ex., 1 a 2 h/dia, aumentando a intensidade a cada dia). A aclimatação aumenta significativamente a quantidade de suor (e, portanto, de resfriamento) produzido para dado nível de esforços, e diminui acentuadamente o teor de eletrólitos do suor. A aclimatação diminui significativamente o risco de doença por calor.

MODERAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADES

 Sempre que possível, as pessoas devem ajustar seus níveis de atividade de acordo com o ambiente e ao ser necessário utilizar qualquer mecanismo que comprometa a perda de calor (p. ex., roupas de combate a incêndios ou proteção química). Os períodos de trabalho devem ser encurtados e os períodos de descanso devem ser aumentados quando:

– A temperatura aumenta

– A umidade aumenta

– O esforço aumenta

– O sol fica mais forte

– Não há movimento do ar.

– Ao usar roupas ou equipamentos de proteção

O melhor indicador do estresse térmico ambiental é o índice de temperatura de bulbo úmido (WBGT, do inglês Wet Bulb Globe Temperature), amplamente utilizado pelos militares, indústria e em esportes. Além da temperatura, o WBGT reflete os efeitos da umidade, do vento e da radiação solar. O WBGT pode ser usado como um guia para a atividade recomendada

Embora o WBGT seja complexo e possa não estar disponível, pode ser estimado com base somente na temperatura e umidade relativas em condições ensolaradas e quando o vento é leve.

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